Nascer é começar não só a viver, mas também a morrer.
É uma trivialidade, mas é também uma verdade: o maior requisito para morrer é nascer.
É aí que se inicia um caminho que conduz à morte. I
sto não nos deve deprimir, porém. Deve-nos, sim, alertar e mobilizar.
Kafka sentia-se «não apenas condenado a morrer, mas também condenado a lutar até morrer».
Eu diria que somos chamados a viver até morrer. E, à luz da fé, estamos convidados a viver até para lá da morte.
No fundo, esta viagem é curta e muito rápida. Ao contrário das outras viagens, não somos nós que vamos ao encontro da meta; é a meta que vem ao nosso encontro.
É ao nascer que começamos a morrer. É ao morrer que acabamos (definitivamente) de nascer. Para a vida que não tem fim!