Como muita gente neste dia, também fui ao cemitério.
Também rezei no cemitério. Também chorei no cemitério. Também sorri no cemitério.
O cemitério, de certa forma, é um lugar onde os mortos pós-vivem e os vivos pré-morrem.
Sentimos que onde os mortos já estão nós também estaremos.
Prefiro, no entanto, pensar que o cemitério é sobretudo um lugar onde se (re)nasce.
A sepultura sabe a morte, mas também pode saber a vida.
Ela é uma espécie de berço que acolhe o nosso nascimento para Deus, para a vida eterna.
Nada disto é fácil. Mas tudo isto acaba por ser belo.
Sim, reconheço que se trata de uma beleza sofrida, envolta em lágrimas.
Hoje, uma vez mais, recordei os ideais vivos de tantos mortos. E lembrei os ideais nada mortos de tantos vivos.
Porque, no cemitério e à sua volta, há tanta gente de lágrima na face. Mas com um sorriso amigo que volta a acender a chama pura da nossa infância. E dos ideais que nela amanheceram!