- A Ressurreição é o novo começo, o definitivo recomeço.
Não se recomeça para repetir. O sepulcro vazio assinala uma história que permanece em aberto.
- Uma vida ressuscitada assume o passado, mas não estaciona no passado.
No passado estacionavam os discípulos naquela tarde (cf. Jo 20, 19).
- Tantas vezes, o nosso estado de espírito é semelhante ao destes discípulos. Também nós estamos com «as portas fechadas» e cheios de «medo» (cf. Jo 20, 19).
Estamos fechados por causa do medo, estamos com medo por causa de estarmos fechados.
- Só que, tal como há dois mil anos, Jesus não desiste.
Ele é a chave que abre o que está fechado e o destemor que vence o medo.
- Para Jesus, não há barreiras intransponíveis nem obstáculos inultrapassáveis. O Ressuscitado não Se ausenta.
Quando Jesus está no meio de nós, a paz é total.
- A paz da Páscoa é a aurora de um mundo novo e o alicerce de uma vida inteiramente renovada.
É esta paz da Páscoa que se respira na Igreja dos primeiros tempos. É esta paz da Páscoa que leva os seus membros a terem «um só coração e uma só alma»(Act 4, 32).
- Por causa dessa união, todos punham tudo em comum (cf. Act 4, 32). Ninguém tinha nada e a ninguém faltava nada.
Eis o grande sinal da Páscoa: ninguém considerava seu o que era comum; todos optavam por considerar comum o que era seu (cf. Act 4, 32-34).
- Que belo alicerce encontramos aqui para o «Estado social»!
Quando o outro é a prioridade, ninguém passa mal. Quando o tu é a prioridade para cada eu, ninguém acumula o supérfluo, todos têm acesso ao essencial.
- Entre os cristãos da primeira hora, não havia «qualquer necessitado»(Act 4, 34).
Tertuliano dá-nos conta do espanto dos que não eram cristãos quando olhavam para o comportamento dos cristãos: «Vede como eles se amam!» No fundo, eles apercebiam-se de como a palavra dos seus lábios se repercutia na palavra da sua vida.
- A nossa missão há-de ser a missão do próprio Jesus. Como Ele fez, façamos nós também (cf. Jo 13, 15).
Uma vez que Ele veio para servir, nós também somos chamados a servir (cf. Mt 20, 28). Quem não serve, não serve para a missão.