O mundo tornou-se não apenas um lugar perigoso, mas também um cenário de contornos labirínticos.
Os problemas que nele ocorrem são de complexa decifração e de difícil superação.
O que se passa na Síria deixa-nos impotentes não só na acção, mas também (e desde logo) na compreensão.
Há tantas guerras no mundo, mas não é habitual haver tantos refugiados.
É que, normalmente, a população sente-se defendida por um dos contendores.
Neste caso, não é isso o que sucede. O regime da Síria persegue as pessoas, mas os seus inimigos também não as protegem. Pelo contrário, as milícias e os fundamentalistas que combatem Bashar al-Assad não se destacam pela protecção que dão às populações.
É por isso que a humanidade tem de intervir. Como? Ficando ao lado das vítimas.
É o mínimo. E ficar ao lado das vítimas não passa somente pelo acolhimento.
Já dizia Shakespeare que «não basta soerguer os fracos; devemos também ampará-los».
Chegou o momento. A Síria fica longe, mas os perseguidos na Síria vão batendo à nossa porta!