O bem destaca-se pela discrição. Actua e não tira proveito.
São Bento dava o exemplo do sol. Este, «ao nascer dá um espectáculo absolutamente especial, e no entanto a plateia continua a dormir».
Quando se faz o bem e se tira proveito disso, será que o objectivo era (apenas) fazer o bem?
Como se sabe, a publicidade é o reino (legítimo, aliás) do interesse.
Quando se publicita algo, é porque algum proveito se pretende.
É claro que é bom falar do bem. Mas que sejam outros a falar e não os próprios.
Hannah Arendt observou que, «quando a bondade se mostra muito, já não é bondade, embora possa ainda ser útil».
Confesso que os «festivais de bondade» e a «multiplicação de "heróis"» me deixam um pouco retraído.
Façamos o bem, sim e sempre. E deixemos que o bem faça o seu caminho.
Aproveitar-se do bem será bom?