O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 31 de Outubro de 2014

Neste dia 31 de Outubro, faz 497 anos que Lutero afixou as 95 teses na Catedral de Wittemberg, cuja discussão viria a desencadear a Reforma.

Cresci (e as imagens da infância nunca se apagam) a ouvir falar de Lutero como sendo quase a encarnação do mal.

Recordo um livro de catequese que o figurava à beira de umas chamas incandescentes.

E eram reportadas estórias em que ele aparecia a dizer à esposa: «Vês o Céu? Mas não é para nós»!

A verdade está sempre condicionada pelo tempo. Vim, mais tarde, a descobrir que Lutero foi um apaixonado por Jesus e que, pesem alguns excessos, quis uma profunda reforma na Igreja.

Ao contrário do que se diz, Lutero teve sempre uma grande veneração por Maria.

Viveu uma vida atormentada no Convento de Erfurt, pensando que Deus o ia condenar.

Foi, por isso, com alívio que, em 1513, encontrou «a justificação pela fé»(Rom 3,28).

A salvação é, antes de mais, um dom. Não somos nós que a merecemos.

Lutero tinha um temperamento sanguíneo, impetuoso. Mas foi um homem de Deus.

Depois de tantos desencontros, não terá chegado o momento do reencontro definitivo com a herança de Lutero?

Afinal, continuamos todos irmãos. Apesar de (ainda) separados.

publicado por Theosfera às 00:38

De Maria da Paz a 2 de Novembro de 2014 às 01:09
Rev.mo Senhor Doutor:
Que bom ver Martinho Lutero desta maneira. Está, decerto, entre os que estão com Deus.
Afectuosa saudação.
Maria da Paz

De Evágrio Pôntico a 2 de Novembro de 2014 às 14:30
Com todo o respeito pelo autor do texto, Sr. Padre João, e pela comentadora Sra. D. Maria da Paz, pessoas que muito estimo e admiro, permita-se-me que discorde dos elogios a Martinho Lutero.

Hoje está a tentar resgatar-se a figura do fundador do protestantismo (veja-se o recente livro de Monsenhor Carreira das Neves). Creio, contudo, que Lutero não é merecedor desse interesse.

Provocou a cizânia na Igreja Católica, obrigando à convocação do Concílio de Trento.

Sem me alongar demasiado sobre a história da sua vida (bem pouco edificante…), quero referir aqui a obra do Dr. Dietrich Emme, "Martinho Lutero - sua juventude e os seus anos de estudos, entre 1483 e 1505", Bonn, 1983 :

-- O autor afirma que Lutero entrou no Convento, para não ser submetido à justiça criminal, cujo resultado teria sido, provavelmente, a pena de morte, por ter matado em duelo um seu colega de estudos chamado Jerónimo Buntz. Daí o seu "medo da morte", ao qual se referia frequentemente.
Um amigo aconselhou-o a refugiar-se no Convento dos Eremitas de Santo Agostinho, que então gozava do direito civil de asilo, que o colocava ao abrigo da justiça. Foi aí que se tornou monge e padre agostiniano.

Transcrevo um texto do próprio (narcisista) Lutero:
«Eu não admito
que a minha doutrina possa
ser julgada por alguns,
nem mesmo pelos Anjos.
Aqueles que não receberem a minha doutrina
não poderão alcançar a salvação.»
(Martin Lutero, Weim., X, P. II, 107, 8-11)

Por aqui se pode ver a dimensão espiritual deste homem... !

De Maria da Paz a 2 de Novembro de 2014 às 22:03
Ex.mo Senhor
Evágrio Pôntico:
Certamente que o Rev.mo Senhor Padre Doutor João esclarecerá o que afirmou sobre Lutero. Eu desejo, apenas que, pela Infinita Misericórdia de Deus, ele não tenha sido condenado eternamente. E se, apesar dos seus erros , ele era um apaixonado por Jesus e um devoto de Maria, aí temos uma porta aberta para a sua salvação. Que a Igreja tem precisado de algumas reformas, isso é verdade. Mas não, decerto, como fez Martinho Lutero.Que Deus lhe tenha perdoado.
Muito agradeço a V. Ex.ª esta chamada de atenção. Muito obrigada!
Os meus cumprimentos.
Maria da Paz

De Evágrio Pôntico a 2 de Novembro de 2014 às 22:17
Ainda Lutero...

Peço desculpa pela insistência, mas, a bem da verdade, não posso deixar de transcrever mais uma "preciosidade" de Martinho Lutero:

Lutero: “Seja um pecador e peque fortemente, mas creia e se alegre em Cristo mais fortemente ainda…Se estamos aqui (neste mundo) devemos pecar…Pecado algum nos separará do Cordeiro, mesmo praticando fornicação e assassinatos milhares de vezes ao dia”.

(Carta a Melanchthon, 1 de agosto de 1521 – American Edition, Luther’s Works, vol. 48, pp. 281-82, editado por H. Lehmann, Fortress, 1963).


Um louco diabólico, sem sombra de dúvida... !

De Maria da Paz a 4 de Novembro de 2014 às 22:38
Ex.mo Senhor
Evágrio Pôntico
Uma vez mais, muito obrigada pelp esclarecimento.
Valha-nos Deus, que é Quem pode!
Que Deus tenha perdoado a Martinho Lutero. E a tantos outros...
Os meus cumprimentos.
Maria Irene


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