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Terça-feira, 24 de Novembro de 2015

1. Um olhar independente nota que a esquerda e a direita estão cada vez menos diferentes.
Estão, consequentemente, cada vez mais parecidas.

 

2. É inevitável que assim seja, dado o eclipse das ideologias que as enformou.
Outrora, esquerda e direita distinguiam-se não só na organização do Estado, mas também na concepção da vida e da sociedade.

 

3. Hoje em dia, há uma distinção quanto à economia.
Só que também esta acaba por se diluir na prática pois é de fora que vêm as regras.

 

4. Com algumas «nuances», não há grandes diferenças entre uma governação à esquerda ou à direita.
E até nos temas ditos fracturantes, a tendência é para uma maior proximidade.

 

5. A votação da passada sexta-feira é elucidativa.
Os temas propostos pela esquerda foram aprovados também com os votos de vários deputados da direita.

 

6. O que espanta é que, sendo a esquerda e a direita cada vez mais parecidas, se entendam cada vez menos.
Dá até a impressão de que se entendiam melhor quando as diferenças eram maiores.

 

7. Mas isso também tem uma explicação.
Habitualmente, o entendimento dá-se entre diferentes.

 

8. Quando as convicções são fortes, a percepção das prioridades também é mais vincada.
A distinção não obstruía a cooperação. O interesse nacional era capaz de atrair todos os pólos.

 

9. Quando as diferenças se esbatem, o que sobra?
Sobra, acima de tudo, a vontade de poder.

 

10. Ora, a vontade de poder tende a afastar toda e qualquer possibilidade de cooperação.
Os partidos assemelham-se, cada vez mais, a irmãos gémeos. Mas desavindos!

publicado por Theosfera às 09:29

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