Era importante que, na hora que passa, a cooperação prevalecesse. O país precisa de todos.
Esticar demasiado a corda é um jogo perigoso. Se ela parte, todos os que a esticam acabam por cair.
O Parlamento é eleito pelo povo, o Presidente da República é eleito pelo povo.
As posições de um e de outro podem invocar a vontade do povo. Se elas são contraditórias, gera-se um problema complicado.
Já houve casos em que o Presidente recusou propostas de governo vindas da maioria do Parlamento.
Ramallho Eanes não aceitou Vitor Crespo, proposto pela maioria AD, em 1983. Mário Soares não aceitou a solução proposta pelo PS, PRD e PCP, em 1987. Jorge Sampaio demitiu um Primeiro-Ministro proposto pela coligação PSD/CDS, em 2004.
A solução, em todos estes casos, foi devolver a palavra ao povo. Agora, tem de prevalecer o bom senso, a cooperação e o sentido do interesse nacional.
Não estiquem demasiado a corda. Não deixem partir a corda!