Atenção, muita atenção, aos paradoxos.
A vida visita-nos com muitas surpresas e não raros contrastes.
Ao invés do que possamos pensar, um excesso nem sempre acrescenta. Um excesso, por vezes, apouca, faz encolher.
Confesso-me.
Em jovem, nunca apreciei os formalismos. Sentia-me incomodado e até aprisionado por eles.
Mas o excesso de informalidade, que entretanto alastrou, vai-me fazendo reconhecer a importância de alguma (não muita) formalidade.
Acresce que o excesso de informalidade já não se restringe ao domínio privado. Ele vai invadindo cada vez mais a praça pública.
Há quem ande na rua (quase) como em casa. Há quem vá a uma repartição ou a uma igreja (quase) como vai a uma praia ou a uma esplanada.
Primeiro, ainda se estranhava. Agora, vai-se entranhando cada vez mais.
Dizem que as pessoas estão mais à vontade. Estarão mais felizes?
Um certo aprumo faz falta.
Não cultuo especialmente a aristocracia da linhagem. Mas alguma aristocracia no porte dignifica a pessoa e ilumina a convivência!