Devemos dar. E devemos, acima de tudo, dar-mo-nos.
Mas há coisas que é melhor ficarem em nós: os nossos aborrecimentos, por exemplo.
Para Georges Simenon, «é necessário que nunca nos aborreçamos; caso contrário, aborrecemos os outros».
De facto, diz a experiência que quem se aborrece, aborrece.
Mas como é praticamente impossível que nunca nos aborreçamos, o mais recomendável é que guardemos os nossos aborrecimentos.
Não tenhamos ilusões. Não conseguimos gerar simpatias (nem comiserações) com os nossos aborrecimentos.
Regra geral, quem partilha aborrecimentos acaba por aborrecer.
Não mostremos o que não somos. Mas evitemos partilhar tudo o que sentimos.
Deixemos na intimidade o que é íntimo!