De uma forma talvez simplista mas sinceramente serena, tentemos decompor muito do que se diz por estes dias.
Terá sentido que pessoas que nunca viajaram de avião sustentem uma companhia aérea?
Se o cidadão não paga por ver a SIC ou TVI, será curial que tenha de pagar para ver a RTP?
Acresce que, aqui, até paga a dobrar: através dos impostos e através da taxa da luz.
Se as outras empresas conseguem gerar receitas suficientes, porque é que esta não consegue?
E porque é que se desconfia tanto do povo? Não haverá, no meio do povo, quem tenha capacidade de tomar conta da RTP e da TAP?
O normal, em relação a qualquer empresa, é pagar pelo serviço que se pretende. Não se entende que, via impostos, obriguem muitos a custear serviços que podem nem usar.
Ainda por cima, há muita gente com pouco a custear salários de gente que já tem muito.
Acerca da greve, sempre tive certezas; agora, confesso que começo a ter dúvidas.
Sou inquestionavelmente a favor da greve porque penso tratar-se do último recurso para defender direitos.
Só que em causa estarão sempre direitos? Ou, às vezes, em causa não poderão estar privilégios?
Deixemos alguns arquétipos ideológicos de lado e olhemos para a realidade de frente.
Com serenidade e, se possível, com lucidez!