É impressionante como, exaltando tanto o futuro, nos comportamos como se não houvesse amanhã.
Parece que gastamos tudo hoje. Parece que as festas já não são momentos para celebrar, mas apenas pretextos para gastar.
Diante desta fúria gastadora, evoco Vaclav Havel que sinalizou a maior tragédia do homem contemporâneo: «não saber cada vez menos, mas preocupar-se cada vez menos».
O homem atingiu uma grande capacidade operativa, mas patenteia uma enorme fragilidade reflexiva.
Confesso que me preocupa esta falta de preocupação. Tanta euforia não será o disfarce para tanta falta de alegria?