Tem o cristianismo uma estrutural orientação escatológica. Ele é conduzido pelo último (éschaton) e marcado pelas coisas últimas (éschata).
A Eucaristia actualiza o passado (mistério pascal) e presencializa o futuro (parusia). Tem, por isso, não só uma dimensão anamnética como ostenta também uma dimensão proléptica.
O último já está inscrito no tempo. Falta apenas a consumação. Mas o Senhor Jesus quer envolver-nos na sua preparação e antecipação.
Daí que o tempo não deva ser apenas o que antecede o eterno. Há-de ser, acima de tudo, o que constrói o eterno.
Ora, se a eternidade é a felicidade plena, o tempo não pode ser a infelicidade total. Também não será a felicidade perene. Mas terá de ser sempre um vislumbre, uma construção, um crescimento.
Deus não quer que sejamos felizes apenas depois. Ele quer a nossa felicidade já, agora.