O egocentrismo é tão avassalador que até o amor está centrado no eu.
Cada um tende a amar aquele que lhe agrada.
Isto significa que se ama não por causa do outro, mas por causa do eu.
Aliás, é este o factor que mais explica que, para muitos, o amor termine. Quando o outro deixa de agradar deixa também de ser amado.
Era por isso que Antoine de Saint-Exupéry alertava que «amar não é olhar cada um para o outro, mas é olhar em conjunto na mesma direcção».
Quando a direcção é a mesma, o caminho é comum e a trajectória torna-se mais duradoura.
Daí que o amor seja muito mais do que olhar para o outro.
Limitar-se a olhar para o outro pode levar a tantar prender o outro e a ficar aprisionado pelo outro.
O amor terá de ser, por conseguinte, olhar pelo outro. Mesmo — e sobretudo — quando (já) não houver vontade de olhar para o outro.
Definitivamente, o cuidado é o sobrenome do amor!