Reafirmo o que já escrevi. Para mim, o futebol interessa-me mais como sinal do que como realidade.
É neste registo que me impressionam alguns acontecimentos destes dias.
Um jogador português conquistou, pela terceira vez, o prémio de melhor marcador da Europa.
O mesmo jogador português já conquistou, por duas vezes, o título de melhor jogador do mundo.
É obra. É notabilíssimo.
Acontece que o referido jogador português conseguiu todos estes feitos lá fora, ao serviço de empresas estrangeiras.
É normal. Num mundo globalizado, isto é cada vez mais comum.
Mas era importante que tais feitos pudessem ser cometidos em Portugal.
Recorde-se que outros dois jogadores, Eusébio e Gomes, foram os maiores goleadores europeus jogando em clubes portugueses.
Isso é que é obra. É sinal de que os portugueses podem fazer muito não só por Portugal, mas também em Portugal.
Sucede que os princiapis clubes portugueses também não estão a dar muita oportunidade aos jogadores portugueses.
As equipas iniciais do FC Porto e do Benfica quase não têm jogadores portugueses.
Em contrapartida, o Sporting chega a alinhar com oito. Mas dos três grandes é o que menos resultados tem conseguido.
Há que insistir, porém, nesta estratégia.
Os cidadãos portugueses sentem-se cada vez mais obrigados a sair. Será que Portugal não dá oportunidade aos portugueses?