Os primeiros indícios da existência de um período de preparação para o Natal aparecem no século V, quando São Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor.
É também do final desse século a «Quaresma de São Martinho», que consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho.
São Gregório Magno (590-604) foi o primeiro papa a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo a prover missas próprias para os domingos desse tempo litúrgico.
No século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa São Nicolau I (858-867) aos búlgaros. E no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência.
Apesar do carácter penitencial do jejum ou abstinência, a intenção dos papas, na alta Idade Média, era produzir nos fiéis uma grande expectativa pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos.
Daí o facto de tantos mosaicos representarem vazio o trono do Cristo Pantocrator. O velho vocábulo pagão «adventus» se entende também no sentido bíblico e escatológico de «parusia».
Nos diversos ritos orientais, o ciclo de preparação para o grande dia do nascimento de Jesus Cristo formou-se com uma característica acentuadamente ascética.
Na liturgia bizantina destaca-se, no domingo anterior ao Natal, a comemoração de todos os patriarcas.
No rito siríaco, as semanas que precedem o Natal chamam-se «semanas das anunciações».
Elas evocam o anúncio feito a Zacarias, a Anunciação do Anjo a Maria, seguida da Visitação, o nascimento de João Baptista e o anúncio a José.