- O maior desafio para os cristãos é, desde sempre, o desafio da totalidade.
Jesus quer que levemos tudo a todos. Ou seja, toda a mensagem (cf. Mt 28, 20) a toda a gente (cf. Mt 28, 19).
- A resposta pode não vir de todos. Mas a proposta não pode deixar de chegar a todos.
A adesão pode ser parcial. Mas a oferta não pode deixar de ser total.
- Não temos faltado à obrigação de procurar chegar a todos.
Mas será que temos sabido honrar o dever de oferecer tudo?
- Onde não há totalidade, não há verdade. Uma meia-verdade não é a verdade. Três quartos de verdade continuam a não ser a verdade.
A verdade está apenas — e sempre — na totalidade. Pelo que renunciar à totalidade é o mesmo que renunciar à verdade.
- É normal que haja acentuações. E a acentuação de um aspecto acarreta, inevitavelmente, algum ofuscamento de outros aspectos. Só que uma coisa é acentuar e outra coisa, bem diferente, é excluir.
Na hora de escolher, os santos não hesitam: escolhem tudo. Assim fez Teresa de Lisieux: «Meu Deus, escolho tudo»!
- Acontece que, na era das especialidades e na cultura do fragmento, há uma tendência quase instintiva para decompor a mensagem em parcelas.
Deste modo, vão-se perdendo os liames que unem harmoniosamente todas as dimensões da fé.
- Há quem aposte na relação com Deus, mas ignore a relação com os outros.
Há quem invista na relação com os outros, mas esqueça a relação com Deus
- Há quem ponha em oposição a doutrina e a pastoral.
Há quem desvalorize a pastoral em nome da doutrina. Há quem deprecie a doutrina em prol da pastoral.
- O mal não é tanto cada um achar que está certo. O mal é sobretudo cada um decretar que os outros estão definitivamente errados.
Resultado. Os irmãos transformam-se em adversários com as intermináveis disputas entre contemplativos e activos, entre conservadores e progressistas, etc.
- Quando compreenderemos que, afinal, um só é o nosso Mestre (cf. Mt 23, 10)?
É n’Ele que está tudo o que deve ser oferecido a todos!