É natural (e muito meritório) o desejo de entender. Mas será que se deve subestimar o que não se compreende?
Às vezes, pode confundir-se a vontade de compreender com a ambição de dominar.
Esquecemos, assim, um valor fundamental: admirar.
Charles Baudelaire achava que «a admiração começa onde a acaba a compreensão».
Não necessariamente.
A admiração pode coexistir com a compreensão. Pode ser até a porta que lhe dá entrada.
Faz falta a disponibilidade para admirar.
Andamos tão distraídos que nem nos apercebemos de tanta surpresa com que Deus nos acena.
Ainda há muita coisa (e muita gente) para admirar.
Ainda há muita coisa (e muita gente) que merece a nossa admiração!