Andamos deslumbrados com a vontade de dizer tudo o que nos apetece e de fazer tudo o que nos apraz.
Olhamos para a palavra e para as acções, mas não medimos as suas implicações.
A vida é feita de equilíbrios. Era bom que descobríssemos o valor do respeito e a importância da lei.
Esta não é necessária quando aquele é posto em prática. Mas, uma vez mais, o equilíbrio propende a funcionar. Se não há respeito, a lei tenta implantá-lo.
William Pitt, no século XVIII, ilustrou a vantagem da lei de um modo interpelante: «O homem mais pobre no seu casebre pode desafiar toda a força da coroa britânica. O casebre pode ser frágil, o telhado pode abanar, o vento pode soprar lá dentro; as tempestades podem entrar, a chuva pode entrar, mas o Rei de Inglaterra não pode entrar. Todo o seu poder não se atreve a atravessar o limiar do casebre arruinado».
O problema surge onde não existe lei e onde a lei não é respeitada.
Porque a lei, quando é respeitada, obriga a todos. Nem o soberano está acima da lei!