O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 02 de Agosto de 2016
  1. O ateísmo tem várias formas e actua em muitos campos.

É mais subtil do que se pensa e mais tentador do que parece. Nem as religiões lhe escapam.

 

  1. Ateu, com efeito, não é só quem não conta com Deus na sua existência. Ateu é também — e sobretudo — quem rejeita Deus com a vida.

Está muito estudado o ateísmo conceptual. Devia ser mais analisado o ateísmo existencial.

 

  1. Para a difusão do ateísmo não concorre apenas o argumento. Concorre igualmente — e talvez ainda mais — o comportamento.

A incoerência de certos comportamentos religiosos é mais perigosa que é a possível consistência de muitos argumentos ateus.

 

  1. No âmbito existencial, podemos dizer que o ateísmo assume duas modalidades principais: o não-teísmo e o antiteísmo.

O não-teísmo caracteriza-se pela ausência de Deus. Já o antiteísmo destaca-se especialmente pela negação de Deus.

 

  1. Se estivermos atentos, notaremos que estas atitudes não ocorrem apenas fora das religiões.

Também no interior das religiões, há quem cultive uma vida sem Deus. E quem leve uma vida contrária a Deus.

 

  1. O resultado não é difícil de antecipar.

Uma vida sem Deus não atrai ninguém para Deus. E uma vida contrária a Deus acaba por afastar muita gente de Deus.

 

  1. Os maiores entraves à credibilidade das religiões são a mediania e a violência.

A mediania não cativa. E a violência afugenta.

 

  1. Sucede que, não cativando para Deus, a mediania pode ser suficiente para conservar muitos na religião.

E acontece que, afugentando de Deus, a violência pode arrastar bastantes para o universo religioso.

 

  1. Em vez de se nivelar as práticas religiosas pelo conceito de Deus, opta-se por aferir o conceito de Deus por certas práticas religiosas.

Deus, em Si mesmo, é transcendência, mas muitas atitudes religiosas não superam a vulgaridade. Deus é, acima de tudo, paz, mas muitos procedimentos religiosos pautam-se pela violência.

 

  1. É urgente perceber que, enquanto experiência de superação, a religião não pode ficar-se pelo mais elementar, pelo mais imediato. Se viver é ultrapassar-se (como notou Pascal), dir-se-ia que a vivência religiosa consiste em ultrapassar-se infinitamente.

A fé, segundo Paul Tillich, transporta-nos para o que é último. Pelo contrário, a violência mantém-nos onde costumamos estar. Só cortando com este presente, entraremos no limiar de um futuro diferente!

publicado por Theosfera às 11:22

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