- O conhecimento não pode estacionar. Ele emerge em alguém, mas destina-se a todos. Já dizia Winston Churchill: «Se você possui conhecimento, deixe os outros acenderem as suas velas com ele».
O conhecimento tem uma nascente. Nunca saberemos onde se encontra a foz.
- Os outros raramente nos conhecem. Nós dificilmente conhecemos os outros. E é nessa altura que somos mais prejudicados. Aliás, já Confúcio o notara: «O mestre disse: Não é grave se os homens não te conhecem, grave é se tu não os conheces».
Não é em vão que a palavra «pessoa» remonta ao grego «prosopón», que significa máscara. E, às vezes, leva tempo até que as máscaras caiam. Mas acabam por cair.
- O mal do nosso tempo é haver tanta gente que sabe. Ou, melhor, que pensa que sabe. É por isso que, nos debates, se fala muito e se ouve nada. É por isso que se erra tanto.
Quem perde somos todos. Os que erram não largam o erro não largam os lugares donde erram. Nem sequer equacionam a possibilidade de o seu muito saber integrar algum (pouco que seja) não saber.
- Está visto e revisto. Se quisermos (re)encontrar o afecto em estado puro olhemos para a nossa Mãe.
Edmondo Amicis notou: «Se fosse possível descobrir o primeiro e verdadeiro germe de todos os afectos elevados e de todas as acções honestas e generosas de que nos orgulhamos, encontrá-lo-íamos quase sempre no coração da nossa Mãe». Pela nossa Mãe, podemos entrever um vislumbre do grande, do imenso, amor de Deus, do amor que é Deus. Se a nossa Mãe nos ama assim, como não nos há-de amar Deus?
- Muito se fala hoje do poder e muito se tende a esquecer o dever. O poder é importante. Mas o dever é decisivo. É pelo poder que mostramos o que queremos. Mas é pelo dever que revelamos o que somos.
A sentença de Confúcio mantém-se, pois, actual: «Aprende a viver como deves e morrerás bem».
- É preciso acreditar o que se deve para saber o que se pode. Acreditar ajuda a saber. Saber ajuda a acreditar. Nunca se consegue saber tudo. E jamais se deverá acreditar em tudo.
Jan Neruda entendia que «quem não sabe nada tem de acreditar em tudo». Mas quem não acredita em nada chegará a saber alguma coisa?
- Luís XIV achava que «o trabalho só assusta as almas fracas». Mas hoje o que assusta é a falta de trabalho.
A falta de trabalho assusta os fracos e não deixa de assustar os fortes.
- A vida mostra, a experiência ensina: o que custa vale, o que vale custa. Adam Smith assinalou que «o verdadeiro valor das coisas é o esforço e o problema de as adquirir».
Quanto mais alguma coisa custa, tanto mais a valorizamos.
- Muito se exalta o pluralismo. Mas muito se estigmatiza a diferença. Quem se afasta do cânon dominante é fustigado ou, então, ignorado. Isto é, acaba por ser condenado à não-existência. E, no entanto, é impossível derrear a identidade e anular o pensamento.
Por muito que pisem a semente, o fruto acabará por surgir. Já Adriano Correia de Oliveira confessava: «Meu pensamento fugiu do vento; podem prendê-lo, mas matá-lo, não».
- A dor dói. É redundante, mas é a verdade. Porém, quando se supera a dor, a lembrança da dor infunde serenidade. Sobretudo quando a dor foi encarada com dignidade. Aí notaremos que até valeu a pena ter doído, ter sofrido.
Já Cícero se apercebera: «A lembrança serena de uma dor passada traz um prazer». Quando se faz o que deve, tudo se nos pode escapar. Mas a paz não fugirá!