O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 03 de Janeiro de 2017

 

 

  1. Para muitos, a verdade não é para afirmar ou para negar. Para não poucos, a verdade já não é sequer para equacionar.

Da «não-verdade» (erro) e da «anti-verdade» (mentira) parece que estamos a deslizar para a «pós-verdade» (desinteresse).

 

  1. Na «sociedade do espectáculo» (Guy Debord), a realidade continua a contar.

Só que o que conta mais não é a realidade dos factos. O que conta cada vez mais é a realidade da adesão ao que se diz — e desdiz — sobre os factos.

 

  1. O ícone desta cultura é o novo modo de escrutinar a verdade.

Esta é apurada não a partir de uma aproximação à realidade, mas a partir de uma espécie de «leilão» de impressões pessoais sobre a realidade.

 

  1. No limite, se alguém conseguisse convencer uma plateia de que 2+2 são 5, não espantaria que se começasse a difundir que 2+2 já não eram 4.

Ao escolher «pós-verdade» como palavra do ano que findou, os dicionários Oxford aperceberam-se de que, hoje em dia, as pessoas são mais influenciadas pela opinião do que pela realidade.

 

  1. A ascensão das redes sociais veio exponenciar, com uma trepidação emocional muito forte, o impacto da opinião individual.

A realidade tende a deixar de ser encarada como ela é para ser cada vez mais vista conforme parece a cada um.

 

  1. É sabido que, por mais que nos esforcemos, nunca chegamos à realidade em si.

Por muito objectivos que procuremos ser, há sempre um índice de subjectividade que nos acompanha.

 

  1. Alçada Baptista ironizava quando dizia que seria objectivo se fosse objecto. Como era sujeito, teria de ser sempre subjectivo.

Acontece que, na adequação entre a realidade e o pensamento, «obrigamos» mais a realidade a adequar-se ao pensamento do que o pensamento a adequar-se à realidade.

 

  1. A radicalização desta propensão conduz a que haja tantas «verdades» quantas as pessoas que existem.

Como mudar? Só há um caminho: sair de nós, abrindo-nos ao que existe além de nós.

 

  1. Foi esta a opção de Jesus.

Ele viveu não para Si, mas para Deus e para o Homem.

 

  1. É por isso que Jesus é «a» verdade (cf. Jo 14, 6).

Ele entregou a Sua vida a Deus. Ele ofereceu a Sua vida pelo Homem. Ele deu a Sua vida pela verdade (cf. Jo 18, 37)!

publicado por Theosfera às 10:03

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