O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 10 de Julho de 2014

A Cartuxa é apreciada porque o seu maior objectivo é que não se fale dela.

 

Não faz campanhas vocacionais nem cultiva acções promocionais.

 

É, aliás, com custo que abre as suas portas a visitantes.

 

Quando Eusébio veio para o Benfica, veio também um jogador para o Sporting.

 

Já ninguém se lembra dele. Foi para a Cartuxa. Parece que está em Nápoles. Creio que mais nada se sabe dele.

 

Na Cartuxa, importante é ser santo e não que se seja chamado santo. Tudo está centrado no essencial, em Deus. Tudo se apaga para que Ele brilhe. Tudo se silencia para que Ele fale. Na brisa, no ruah.

 

Não se fazem ensaios. Quem vem de novo integra-se na oração com os outros.

 

Os cartuxos são inflexíveis em muitos aspectos. No despojamento, por exemplo. Não aceitam dignidades, distinções ou condecorações por parte da Igreja.

 

Um dos seus lemas é «non sanctos patefacere sed multos sanctos facere», que pode ser traduzido assim: «Fazer santos, não fazer propaganda deles».

 

Não tomam, por isso, iniciativa para conseguir a canonização dos seus membros. Nem sequer possuem um catálogo dos seus santos.

 

Quando morre alguém com uma vida excepcionalmente santa, ninguém lhe escreve a biografia. Habitualmente, sobra apenas um comentário: «Laudabiliter vixit».

 

Os princípios por que se norteia o monge são a quietude, a solidão, o silêncio e a procura do sobrenatural.

 

A Cartuxa não quer a fama. Se ela existe, são outros que a propagam.

 

Quando um cartuxo passa por outro não diz nada. Ou talvez diga sem dizer. O silêncio é capaz de captar o essencial. E o essencial vem do fundo. Se houver atenção, somos capazes de lá chegar.

 

Certas palavras, muitas palavras só ofuscam.

publicado por Theosfera às 00:33

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