O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 12 de Novembro de 2015

1. O interminável desfile de lugares-comuns não deixa nada de lado nem ninguém de fora.

Nós, cristãos, também somos afectados.

 

2. O mal dos lugares-comuns é que, à força da sua repetição, parecem dispensar a reflexão.

Afinal, se tanta gente os repete, é porque devem ser verdadeiros e, por isso, inquestionáveis.

 

3. Alguns lugares-comuns até serão aceitáveis. Só que podem levar a não olhar para outros dados igualmente credíveis.

Os lugares-comuns até podem conter muita verdade. Mas a parte que lhes falta acaba por fazer muita falta.

 

4. Ninguém nega que a Igreja tem de inovar. Aliás, Jesus Cristo é a novidade contínua e a renovação total.

Mas que inovação se pode levar ao exterior se o interior permanece cheio de nada e vazio de quase tudo?

 

5. Se o interior está vazio, como é que poderemos preencher o exterior?

Às vezes, o interior das pessoas assemelha-se ao interior do país: esquecido, abandonado, retalhado.

 

6. O exterior pode estar cheio, mas não está preenchido. Por vezes, até parece cheio de gente vazia. Urge ajudar a preencher o interior de quem está no exterior.

Edith Stein percebeu o essencial. Para ela, o importante não é vir do interior para o exterior; é ir do interior de mim ao interior do(s) outro(s).

 

7. É urgente partir.

Mas que pode levar às margens quem nunca esteve no centro, quem nunca percebeu o que é central?

 

8. Quem está nas margens precisa de saber o que, para nós, é central, prioritário e decisivo.

Para nós, central não podemos ser nós. Central só pode ser Cristo, só pode ser o Evangelho de Cristo.

 

9. É claro que necessitamos de uma pastoral de inovação, mas não em contraponto com uma pastoral de manutenção.

É óbvio que há muita coisa a inovar. Mas é elementar perceber que há também muita coisa a manter.

 

10. Acontece que a melhor maneira de manter a doutrina de Cristo é anunciar o Evangelho de Cristo. Se não anunciamos Cristo, como poderemos manter Cristo? Haveria o sério risco de, com o nosso desaparecimento, desaparecer também o que queremos manter.

O que nos foi entregue é para (continuar a) ser dado. O receio não é opção e a desconfiança não é caminho. Afinal, os outros também gostarão de conhecer Aquele que nós (já) encontrámos!

publicado por Theosfera às 11:10

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