É, no mínimo, curioso que tanto se fale de um santo de que nem sequer se sabe se existiu.
E é igualmente sintomático que nada se diga acerca de dois santos cuja vida e obra são sobejamente conhecidas.
De facto, por esta altura muito se fala de S. Valentim. Sucede que, desde 1969, este santo deixou de ser celebrado oficialmente porque não há provas seguras de que tenha existido.
Repare-se.
Não se diz que não tenha existido. Apenas se adverte para a falta de indicações irrebatíveis que comprovem a sua existência.
O interessante é que, nesse dia, se celebra a festa de dois irmãos que foram santos: S. Cirilo e S. Metódio.
Os dois tiveram um papel determinante na evangelização e promoção cultural dos povos orientais.
Ainda hoje se fala do alfabeto «cirílico». Mas pouco (ou nada) se diz.
Se consultarem um calendário litúrgico, lá aparecem as referências a S. Cirilo e a S. Metódio.
É claro que algumas publicações mencionarão S. Valentim, mas com todas as ressalvas.
É óbvio que não há mal nenhum na evocação de S. Valentim, tenha ou não tenha existido. Mas muito bem haveria na invocação de S. Cirilo e S. Metódio!