Se fosse hoje, a tarefa de Aristóteles e de Maquiavel seria bem mais complexa.
Aristóteles foi preceptor do futuro imperador. Maquiavel é o conselheiro do príncipe. Os dois influenciaram os detentores do poder.
Nos tempos que correm e talvez sem nos apercebermos, as coisas são diferentes.
O poder já não está no soberano; está cada vez mais nas massas.
É por isso que o político não tem de ser competente; acima de tudo, tem de ser popular.
Já lá vão os tempos, e ainda bem, em que o soberano perseguia. Mas agora, os políticos são cada vez mais insultados, apupados.
A saudável divergência está a ser substituída por uma inevitável animosidade.
A opinião pesa mais que a orientação. A contestação tende a assumir a forma de ódio.
Como as massas nunca estão satisfeitas, a instabilidade no exercício do poder tende a aumentar.
Tudo está a mudar. Tudo está a mudar depressa. Para melhor?