- Do Natal ao Ano Novo a viagem é breve e, tantas vezes, acelerada.
Percorremos muitos quilómetros, visitámos muitos lugares e passámos por muitas pessoas. Chegaremos a estar verdadeiramente com alguém?
- Este é um tempo de alegria, mas também de muita nostalgia e imensas saudades.
Os que partiram parece que voltam. Não os vemos, mas não deixamos de os olhar. Sim, de os olhar com os olhos do coração e os óculos da alma.
- No fundo, o Natal continua a «prender» a atenção de muita gente. Alguém lhe será totalmente indiferente?
Até os lugares mais comuns — como o desejo de «Feliz Natal» — parecem vir adornados em tons de encanto.
- Precisamos de momentos como este. Necessitamos de sair, um pouco, da realidade de cada dia.
O problema não é o Natal ser diferente. O problema é tudo voltar a ser igual.
- Há uma bondade que se desprende dos céus e como que contagia as pessoas por estes dias.
Como notou António Gedeão, o Natal é o «dia de ser bom». Pena é que a nossa bondade se fique só pelas horas este dia.
- É bonito o Natal no aconchego do lar. Mas não é menos importante o Natal no desassossego do mundo.
Há muito Cristo de carne e osso (às vezes, mais osso que carne) pelas ruas das nossas cidades. Há muito Cristo sem lar, sem pão, sem ter quem Lhe estenda a mão.
- Ele disse, na «pauta» para o exame final, que seremos avaliados pela solidariedade e pelo amor.
«Tudo o que fizerdes ao mais pequenino dos Meus irmãos, é a Mim que o fazeis». Está no Evangelho segundo Mateus, capítulo 25, versículo 40.
- Deus, que habita no alto, visita-nos cá em baixo e com os que estão em baixo.
Aparece não como rei poderoso, mas como criança indefesa. Deste modo, se quisermos encontrar Deus, é para baixo que devemos olhar.
- É a partir de baixo que Deus nos olha. Deus não olha para nós, sobranceiramente, de cima para baixo. Deus olha para nós — humildemente — de baixo para cima.
E é em baixo que continua à nossa espera: nas profundidades da existência, onde a pobreza abunda, onde a injustiça avança, onde a solidão e o abandono não param de crescer.
- Jesus já não está só em Belém. Está na nossa vida também. Há dois mil anos, colocaram-No numa manjedoura, perto do chão. Mas, desde então, a Sua morada passou a ser o nosso coração.
Um excelente 2017 para todos!