O conhecido teólogo Juan Martín Velasco partilha da opinião de que «o cristão de hoje ou é místico ou, muito provavelmente, não poderá ser cristão».
Isto significa, segundo ele, que o cristianismo carece de uma reconfiguração: «Há um cristianismo que se vai derrubando à nossa vista»: o cristianismo de massas vai dando lugar a um cristianismo da pessoa.
Nesta nova forma de ser crente, a mística impõe-se não como um exclusivo de uns poucos eleitos, mas como a raiz da religião para todos. Neste sentido, a mística «não consiste necessariamente em levitações, visões ou estigmas, mas na experiência pessoal da fé». Isto não quer dizer que não possa haver «místicos mais elevados».
Em qualquer caso, a mística sobressai como uma necessidade, um imperativo, uma urgência: «À crise de Deus só se pode responder com a paixão por Deus». Na actualidade, o teólogo dá conta da existência «de uma notável sede de transcendência e de Deus até porque o Homem não se contenta com o que é».