O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 18 de Março de 2014

1. Vemos os problemas, mas, muitas vezes, nem coragem temos para os enfrentar. Contudo, se não os enfrentamos, como poderemos resolvê-los?

O panorama é claro e a conclusão irrefutável. Vivemos num labirinto e, de há uns tempos para cá, sentimo-nos no limiar do absurdo.

 

2. Há muita gente sem casa e há muita casa sem gente.

Há muitos bens no mundo e há muita gente a morrer de fome no mundo.

 

3. Como entender tudo isto? Não há justificação possível, mas há uma explicação palpável.

Chama-se dinheiro. Ou, para ser mais preciso, trata-se da relação que se estabelece com o dinheiro.

 

4. Como aceitar que quem nada tem acabe por ter uma única coisa: dívidas?

Quem não tem dinheiro não tem bens. Se os quiser ter, terá de se endividar. E de se endividar duplamente. Terá de se endividar perante o fornecedor dos bens e perante o fornecedor de dinheiro.

 

5. E se à escassez de bens e de dinheiro somarmos a escassez de trabalho, deparamos com uma equação insolúvel.

Como realizar dinheiro para ressarcir quem empresta dinheiro e quem vende os bens essenciais?

 

6. Por conseguinte, tudo encalha no dinheiro. Ou, retomando o que atrás se assinalou, tudo encalha na relação que estabelecemos com o dinheiro.

Os direitos estão do lado da posse. Os deveres estão em cima dos carenciados.

 

7. Quem precisa é obrigado a pedir. Porque é que quem possui não se há-de sentir obrigado a repartir?

Porque é que a pressão é dirigida sobre os devedores e não sobre os credores?

 

8. Porque é que o poder tem de estar em quem tem dinheiro e não em quem tem necessidade? A necessidade não deveria prevalecer sobre o dinheiro?

Os credores também não serão devedores? Uns deverão dinheiro. Mas outros não deverão ajuda a quem deve dinheiro? Quem tem também não estará em dívida para com quem não tem?

 

9. É claro que esta é mais uma questão moral do que uma questão jurídica. Mas os imperativos da moral não deveriam iluminar os ditames do direito?

Há vida para lá do dinheiro. O nosso mal é só olharmos para o dinheiro. Quando perceberemos que só somos donos daquilo que partilhamos?

 

10. Muitas vezes, não possuímos, somos possuídos. Tornámo-nos escravos do que temos e não damos conta.

Se alguns tiverem menos, muitos terão mais. E, no final, todos se sentirão melhor!

publicado por Theosfera às 10:55

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