Um texto é intraduzível. E a própria vida é indizível.
Há um dito rabínico que nos devia fazer pensar: «Quem traduz literalmente é um falsário; quem acrescenta alguma coisa é um blasfemo».
As palavras que dizem outras palavras ou que pretendem dizer a vida não passam de signos.
São signos certamente importantes, mas claramente insuficientes.
O maior valor das palavras é conduzir-nos a outras palavras.
O melhor serviço que as palavras nos prestam é depositar-nos na vida.
A vida não silencia as palavras, mas faz com que muitas palavras se prostrem.
Afinal, a suprema forma de dizer a vida não será vivê-la?