Não sou, obviamente, fatalista nem sequer determinista.
Acredito na força da vontade e na energia da liberdade.
Mas há limites que o discernimento devia perceber e que a lucidez deveria saber antecipar.
Já Almeida Garrett prevenia que «o que tem de ser tem muita força».
Não podemos presumir que as coisas são sempre como queremos. Elas são como são, ponto.
É certo que enxergamos as coisas com os nossos olhos. Não temos outros. Mas seria bom que tentássemos olhar as coisas com os óculos da realidade.
Quando pretendemos travar a mudança, é a mudança que nos trava a nós. A mudança não se deixa travar.
Vallespin alertou: «A mudança foi reprimida durante tanto tempo que agora está a rebentar-nos na cara, ignorando os mecanismos de travagem»!