- Nem só no Advento é Advento. Advento é vinda e Deus está sempre a vir até nós.
Nem só no Natal é Natal. Natal é nascimento e Deus está sempre a (re)nascer em nós.
- Que seja, pois, Advento para lá do Advento e que seja Natal para lá do Natal.
Mas, já agora, que também seja Advento no Advento e que também possa ser Natal no Natal.
- Nós não evocamos episodicamente um ausente; nós celebramos continuamente uma presença.
Hoje, Jesus não está menos vivo do que esteve há dois mil anos.
- Hoje, Jesus continua a estar vivo na Sua Igreja: na Palavra e no Pão, na Oração e na Missão.
Hoje, Jesus continua a estar vivo em todo o ser humano especialmente nos pobres, nos humildes, nos mais pequenos (cf. Mt 25, 40).
- Assim sendo, Advento não é só tempo de espera.
É, acima de tudo, um tempo para perceber que Alguém está, desde sempre, à nossa espera.
- Aliás, é este o sentido do apelo do profeta e do precursor: «Preparai o caminho do Senhor»(Is 40, 3; Mc 1, 3).
Não se trata, portanto, de preparar os nossos caminhos até Deus, mas de nos prepararmos para acolher Deus nos Seus caminhos até nós.
- A esta luz, percebe-se que o Advento seja um tempo privilegiado de conversão.
Se os caminhos de Deus se cruzam com os nossos passos, será que estamos dispostos a cruzar os nossos passos com os caminhos de Deus?
- Jesus é o melhor presente que Deus ofereceu à humanidade e é o melhor presente que a humanidade pode oferecer a Deus.
Na hora de dar presentes, não nos esqueçamos de dar Jesus, de partilhar Jesus, de semear Jesus.
- Façamos Natal sobretudo com o essencial. Façamos Natal com Deus. E convidemos os outros para um permanente Natal em Deus.
A Eucaristia é o permanente Advento e o eterno Natal. É na Eucaristia que Jesus vem até nós hoje. É na Eucaristia que Jesus renasce para nós sempre. O altar é o o maior presépio.
- Em suma, a «divina consoada» já está preparada. Não recusemos o convite de Jesus. Ele está sempre à nossa espera.
Cada instante da nossa vida é (mais) um momento da Sua vinda!