Nem todas as palavras são garantia de verdade.
Há quem diga o que sabe e confesse o que sente.
Mas também não falta quem não diga o que sabe e confesse o que não sente.
Aliás, Fernando Pessoa, armadilhado com alguma ironia, recomendava: «Confessa, sim; mas confessa o que não sentes». Dá menos problemas e até pode dar vantagens.
Mas são estas vitórias à custa da verdade (e nas costas da autenticidade) que putrefazem a vida.
Se não podemos dizer o que sabemos ou confessar o que sentimos, não digamos nada.
O silêncio é como uma página em branco. Pode que ser que uns consigam lá pôr o que outros nem sempre conseguem lá colocar.
A subtileza é capaz de muitos prodígios!