Não é, necessariamente, quando há mais luz que vemos melhor. Às vezes, o excesso de luz não ilumina; ofusca.
O Padre António Vieira, com a acutilância do seu génio, garantia: «A luz moderada faz ver, a excessiva faz cegar».
A claridade não está só na luz. Goethe achava que ela é «uma justa repartição de sombras e de luz».
É por isso que o poder gera desapontamento. Parece que quem o conhece melhor é quem não o exerce.
Bento XVI reconhece que «o poder cega com facilidade».
Vemos bem não tanto com a luz da inteligência, mas com a luminosidade do coração.
O coração bondoso não precisa de luz. Até na obscuridade, ele reluz.