Há uma diferença enorme, diria mesmo abissal, entre povo e multidão.
A multidão impõe-se pelo ruído, pela inconstância, muitas vezes pela agressividade e quase sempre pela injustiça.
A multidão gosta de ser tomada como única representante do povo. Mas este, nas suas camadas mais profundas, é laborioso, sofrido e, frequentemente, calado.
Nesta hora, importa ouvir mais o silêncio do povo do que os gritos da multidão.
Vítor Hugo escreveu: «Elogiar uma multidão, juro que não posso. O povo está no alto, a multidão está no fosso»!