W.H. Auden teve uma enorme lucidez quando sugeriu que as escolas fomentassem um espírito de oração em contexto secular.
Os alunos deveriam ser ajudados a concentrar-se, única e exclusivamente, naquilo que está diante deles: um texto, um problema de matemática, uma simples frase.
Afinal, a atenção é um acto de generosidade, de dádiva, de esquecimento de si, de cuidado pelo outro.
Hoje, a inteligência tende a ser dispersiva porque o eu quer tocar muitas coisas ao mesmo tempo.
Há, sem dúvida, uma grande agilidade. Mas só a concentração nos faz descer à profundidade: à nossa profundidade, à profundidade dos outros, à profundidade da vida.
E isso só se consegue colocando toda a atenção em cada coisa, em cada gesto. Como se cada momento fosse único. Porque, na verdade, cada momento é único, irrepetível.
Como desaproveitá-lo? Como não investir tudo nele?