Enquanto se espera pela unidade com os luteranos, o Papa reforçou o apelo à unidade entre os católicos.
Não deixou de vincar a diferença. Enquanto os luteranos valorizam o escrutínio da consciência, Bento XVI insistiu na comunhão com os sucessores de S. Pedro e dos Apóstolos. Ou seja, o Papa e os bispos.
Reconhece que o anúncio é fortemente afectado pela falta de credibilidade do testemunho. Os agnósticos e «os que sofrem por causa dos nossos pecados e têm o desejo de um coração puro estão mais perto de Deus que os fiéis rotineiros».
A falta de espiritualidade e o apego ao poder mereceram também os devidos reparos.
Neste sentido, é positivo que acabem os privilégios. Tal permite à Igreja uma «profunda libertação».
A História fez o que a Igreja devia ter feito, particularmente «através de diversos períodos de secularização que contribuíram para a sua purificação».
O «zeitgeist» (espírito do tempo) também é lugar de revelação.
Deus fala nas palavras e nos silêncios dos homens de cada época.
Hoje, Deus está a clamar por uma intensa mudança.
Esta é a prioridade irrenunciável. Este é o caminho perfunctório. Este desponta como o imperativo imprescritível. E cada vez mais actual.