«Querido Anders Behring Breivik».
É assim que começa a carta escrita por um jovem sobrevivente do massacre na ilha de Utoya.
«Não vamos responder ao mal com o mal, como gostarias. Vamos combater o mal com o bem. E venceremos».
«Quero que saibas que falhaste», escreveu o jovem a Anders Behring Breivik.
«Tu acreditas que venceste porque mataste os meus amigos e companheiros. Acreditas que destruíste o partido trabalhista e as pessoas que crêem numa sociedade multicultural», escreveu Ivar Benjamin Oesteboe, 16 anos, o qual perdeu cinco amigos na carnificina.
«Descreveste-te como um herói, um cavaleiro. Não és um herói. Mas uma coisa é certa: criaste heróis. Em Utoya, nesse quente dia de Julho, conseguiste criar alguns dos maiores heróis que jamais existiram no mundo», continuou o adolescente.
Na ilha de Utoya a 22 de Julho, Ivar Benjamin e alguns dos seus companheiros esconderam-se na margem do rio à espera que a polícia chegasse enquanto ouviam os disparos.
Na ilha de Utoya a 22 de Julho, Ivar Benjamin e alguns dos seus companheiros esconderam-se na margem do rio à espera que a polícia chegasse enquanto ouviam os disparos.
Breivik, mascarado de polícia, enganou-os. «Chamámo-lo, agitando os braços. Estava a tentar acalmar os jovens que o rodeavam e de repente, impassível, deu a volta e começou a disparar contra todos», explicou Benjamin.
O jovem conseguiu salvar-se quando a polícia chegou à ilha mais de uma hora e meia depois de o tiroteio ter começado.
O jovem conseguiu salvar-se quando a polícia chegou à ilha mais de uma hora e meia depois de o tiroteio ter começado.
«Vou explicar-te como funcionou o teu plano. Conseguiste ser o homem mais odiado da Noruega. Muitos estão com raiva de ti; eu, não. Não tenho medo de ti. Não podes alcançar-nos, somos maiores que tu», disse Ivar Benjamin no final da sua carta.
Notícia extraída da edição online do Público.
Notícia extraída da edição online do Público.