Pelos vistos, é inevitável. Os poderes coexistem. E, porque coexistem, conflituam.
Se o mundo se tornou um mercado, os novos poderes são de natureza económica. E os novos conflitos são económicos.
As guerras, hoje em dia, não se fazem só com armas. Fazem-se também (e bastante) com dinheiro.
O palco destas guerras não são os territórios. São os mercados, os bancos, as empresas.
As vítimas destes novos confrontos não morrem de uma vez. Vão morrendo.
Tudo é processual: a vida e também a morte.
Como disse Edgar Morin, «sobreviver não é viver». E há muitos que, apanhados na competição entre os novos poderes, se limitam a sobreviver.
As novas guerras são económicas, mas acabam por patentear a fragilidade da política e a incapacidade dos políticos.
A Europa não está bem. Os Estados Unidos não estão melhor.
O mundo está à beira do caos e no limiar da paralisia.
De cimeira em cimeira, de conferência em conferência, o panorama agrava-se.
Os políticos explicam a realidade. Mas não conseguem transformá-la.