Numa altura em que se fala tanto de quebra do investimento e da necessidade de conter as despesas, é impressionante verificar como a indústria do lazer mostra uma pujança invulgar.
Os clubes de futebol parecem gastar como nunca. E os festivais de Verão e as festas de aldeia aparentam gastar como sempre.
É claro que as pessoas têm o direito de agir. Mas nós também temos o dever de analisar.
Numa hierarquia de prioridades, depreende-se que há que começar a cortar no acidental guardando para o essencial.
Dá a impressão de que estamos a imitar a cigarra, demitindo-nos do papel da formiga, que opta por guardar para quando tiver de gastar.
As pessoas têm necessidade de interromper a (dura) marcha do quotidiano. Mas o convívio, sempre salutar, não obriga a que se façam gastos exorbitantes.
É natural que haja uma redução pontual nos gastos, mas no geral não se nota uma grande contenção.
Acresce que, sendo a maior parte das festas dedicadas a Santos e a Nossa Senhora, ficava bem dar um exemplo de despojamento, encaminhando o dinheiro para a solidariedade.
Não seria muito mais cristão?