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Quarta-feira, 27 de Julho de 2011

O poder das ideias é grande. Mas o que acaba por prevalecer são as ideias do poder.

 

Por muito que Isaiah Berlin exalte o poder das ideias, o diagnóstico de Karl Marx, na obra Ideologia Alemã, mantém-se pertinente: «As ideias dominantes não são outra coisa que a expressão ideal das relações materiais dominantes».

 

No fundo, as ideias dominantes são as ideias das classes dominantes.

 

Há ideias que se transformam em poder, mas o poder não se transforma em ideias. Enquista-se nas suas e tende a asfixiar as restantes.

 

O que triunfa não é a pertinência dos argumentos, mas simplesmente a força do poder.

 

Muitas foram as ideias que, ao longo da história, geraram sistemas de poder. Mas, nesse momento, foram degeneradas. Nessa altura, até as ideias libertadoras apareceram sob a forma de ideias opressoras.

 

As ideias passam a ser instrumentalizadas. Destinam-se a exercer uma função legitimadora do poder.

 

É claro que nunca haverá uma convivência totalmente pacífica entre poder e ideias.

 

Uma coisa, porém, é certa. Sem liberdade para a expressão das ideias, nenhuma sociedade se desenvolve.

 

As ideias não são abafadas apenas em ditadura. Podem ser condicionadas mesmo em democracia. Porque, até em democracia, as classes dominantes impõem a sua lei e determinam as regras.

 

Daí que muitos elejam como prioridade conquistar o poder e não defender ideias. Mas antes ficar com a força da ideias, ainda que sem poder, do que ascender ao poder com a pretensão de eliminar todas as ideias. Excepto as dominantes.

publicado por Theosfera às 16:15

De António a 27 de Julho de 2011 às 17:15
Não sou nem nunca fui marxista, no sentido da ideologia política global e violenta que Marx preconizava.

Mas reconheço que o economista Karl Marx tinha razão na desmontagem que fez do sistema capitalista.

Haverá, assim, o creio absoluta necessidade de o mundo encontrar um novo paradigma económico, assente nos valores superiores da partilha e da cooperação, que coloque a Economia ao serviço do Homem e não o Homem ao serviço da Economia.

Porque não começar por tentar aplicar na organização económico - social o legado ético que Jesus Cristo nos deixou ?...

De Theosfera a 27 de Julho de 2011 às 19:30
Concordo em absoluto consigo, bom Amigo. Aliás, se olharmos para a trajectória de Marx,verificamos que o sistema capitalista foi o principal responsável por ele se ter tornado marxiano e marxista. Ele nasceu burguês e protestante. Filosoficamente, começou por ser hegeliano (que está longe de ser um sistema materialista). Mas a realidade e a fragilidade das respostas (inclusive religiosas) modificou a sua maneira de ser, pensar e agir. Penso que bastava pegar nos Sermão da Montanha, que compendia o programa de Jesus, para termos uma via de transformação. Obrigado por tudo. Abraço amigo no Senhor Jesus.


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