Kierkegaard levanta uma questão inquietante: quem será mais ouvido por Deus? Será aquele que sabe a doutrina toda, mas tem um coração mau? Ou será aquele que, mesmo não sabendo a doutrina, tem um coração bom?
Ninguém tem dúvidas quanto à resposta. Jesus, quando apontou para o essencial, disse para aprendermos com o Seu coração manso e humilde.
O fundamental é que apostemos na totalidade. É possível (e, mais que possível, desejável) conhecer a doutrina e praticá-la. Porque a doutrina leva a isso. Não é a doutrina que nos impede de ter bom coração.
Às vezes, os ateus dizem não acreditar em Deus. Mas, no fundo, não acreditam é naqueles que falam tanto de Deus, mas não vivem segundo Ele.
Em boa verdade, o máximo que um irmão ateu pode dizer é que não crê. Como é que ele pode decretar que Deus não existe?
No fundo, o que ele diz é que Deus não existe em tantos que se dizem crentes. Portanto, somos nós que mais argumentos damos, tantas vezes, para o alastramento da descrença.
Os problemas da Igreja são, cada vez mais, internos. De fora vêm as interpelações. Mas é de dentro que emergem os obstáculos.
Estejamos atentos. E sejamos humildes. Não seremos nós mais ateus do que muitos ateus?