Jesus insistiu muito na transparência. A bem dizer, o único pecado é a opacidade, é impedir de ver.
Jesus descarregou-nos. Às vezes, na Igreja que se pretende de Jesus, sobrecarrega-se a vida das pessoas.
Ele veio aliviar-nos de todas as cargas. Tudo condensou num mandamento: o amor.
Impressiona, por isso, que, ao longo dos tempos, haja a tendência para multiplicar tantas cargas que, no limite, podem obscurecer a lei suprema: o amor.
É que, quando alguém não cumpre um preceito, uma determinação, uma ordem, já não tem acesso a isto ou àquilo, o acolhimento já parece não ser o mesmo.
Entende-se que se chame a atenção de um teólogo quando não se concorda com o que propõe. Mas mover-lhe um processo será compaginável com o espírito de Jesus?
Jesus quer as pessoas felizes no tempo (basta olhar para as Bem-Aventuranças) e, não raramente, acenamos às pessoas com penas para a eternidade!
Jesus disse que a Sua carga era leve. E, por vezes, impomos cargas tão pesadas.
A própria lei (importante, sem dúvida) não era um absoluto. Diante do bem da pessoa, caía a lei para sobressair a pessoa.
Curiosamente, Jesus, que Se sacrificou por nós, assumiu não querer os nossos sacrifícios. Ele quer, sim, a nossa misericórdia, a nossa compaixão, a nossa bondade.
Há, em tudo isto, um dado muito positivo. Temos tanto a aprender com o Mestre.
Habitualmente, apelamos para a doutrina que achamos vir d'Ele. Mas o mais importante é a Sua conduta, as Suas atitudes, a Sua simplicidade, a Sua humildade, a Sua opção pelos pobres.