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Quinta-feira, 14 de Julho de 2011

Desenganem-se aqueles que presumem que as grandes decisões são tomadas em função da pura razão.

 

Desde logo, como documentam estudos em diversos campos (destacaria apenas as abordagens de António Damásio e Xavier Zubiri), porque o acto de razão está sempre envolvido por uma grande nuvem emocional.

 

Depois, porque o engenho humano, não sendo infinito, parece ilimtado. É sempre possível convocar uma míriade de razões para defender qualquer posição.

 

Bem podemos apelar para verdades absolutas e situações perenes. A vontade das pessoas e o comportamento dos povos seguem o seu caminho.

 

Nem sempre, pois, é o logos racional a decidir. Muitas vezes, é o logos afectivo, o logos epocal.

 

Há quem lute, por exemplo, contra a implementação do Acordo Ortográfico. Reconheço que os motivos aduzidos são ponderosos. Mas está mais que visto que ele vai ser aplicado.

 

Um novo país surgiu. Há décadas, julgar-se-ia impossível. Desde anos, travava-se um combate. Muitas vidas poderiam ter sido poupadas, se tivesse havido capacidade de discernir os ventos da história.

 

É importante que as convicções se manifestem e que o medo não iniba. Há coisas que, num tempo, parecem absurdas e, noutro tempo, despontam como normais.

 

O ser humano pode (e deve) parar. Mas o tempo nunca pára.

 

Vamos para melhor? Para diferente, com toda a certeza.

 

Os ventos são difíceis de controlar. Os ventos da história são impossíveis de deter.

 

Nem a lógica consegue fazer nada.

publicado por Theosfera às 10:19

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