O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 10 de Julho de 2011

No passado Domingo, Jesus falava dos pequenos. Neste Domingo, fala do pequeno.

 

Holderlin estava certo. Divino não é o o grande caber no grande. Divino é o infinitamente grande caber no infinitamente pequeno.

 

Aos mais pequenos é oferecida a verdade que os que se presumem sábios não conseguem captar. Como, por exemplo, aquela que compara o reino de Deus a uma semente, algo imperceptível nos seus começos.

 

A inteligência de extracção metafísica extrapola a divindade a partir do grande. Quanto maior, quanto mais aparatoso, mais próximo de Deus.

 

Achamos que Deus está no alto. Ora, Jesus ensina-nos que, para encontrar Deus, o primeiro passo não é olhar para cima. É olhar para dentro, para o fundo.

 

O reino de Deus é como a semente lançada à terra. Para Deus, como avisava Agostinho, sobe-se descendo.

 

É preciso ser pequeno para reparar no pequeno. Por isso é que o crente tem de aliar a complexidade da inteligência à simplicidade do coração.

 

É fundamental não pretender determinar a ontologia do divino. As comparações a que Jesus recorre apelam para uma obscuridade iluminadora a que, por hábito, não prestamos atenção.

 

Jesus deixa muito em aberto. Não define. Não conceptualiza. Insinua. Alvitra. Aponta. Remete. Confia. Põe nas nossas mãos a possibilidade da descoberta e a surpresa do encontro.

 

Não decide tudo à partida. É por isso que nem tudo é claro ao nosso entendimento. Deus só Se esclarece na bondade do coração, na rectidão da consciência.

 

Deus não está apenas na doutrina revelada. Está também no segredo escondido. Não Se encontra somente na palavra do pastor. Encontra-Se igualmente no silêncio da consciência. 

 

O terreno onde a semente é lançada é a nossa vida. Deus quis-Se antropomorfo e quer que o homem se torne teomorfo.

 

Não é com um discurso contra o mundo que se chega a Deus.

 

Como poderia sê-lo quando o mesmo Deus Se encontra no mundo?

 

Arnold Toynbee alerta que o mundo é uma província do Reino de Deus.

 

Humanizar o mundo, fraternizando-o, é entretecer o maior hino de louvor ao Criador e Plenitudinizador da história.

 

Deus não Se apaga quando se participa na (re)construção da humanidade.

 

A Teologia primeva percebeu belamente esta presença de Deus na alma humana. S. Justino falava das sementes do Verbo em todos os homens. 

 

Deus quer dizer-Se humanamente. Para que o homem se realize divinamente!

 

 

publicado por Theosfera às 06:34

De Maria da Paz a 10 de Julho de 2011 às 15:42
Rev.mo Senhor Doutor:
Faço minhas as palavras do Ex.mo Senhor António: nada mais tenho a acrescentar.

Apenas tenho a dizer que me permiti transcrever excertos deste magnífico post " para enviar a um Amigo Muçulmano, que me tem interpelado a propósito da nossa Fé, tendo mesmo citado o Teólogo Hans Güng . E eu juntei-lhe o Teólogo João António Pinheiro Teixeira, para o ajudar a compreender a Mensagem de Deus. Não vou convertê-lo, mas ficará mais esclarecido.
Abraço amigo, Rev.mo Senhor Doutor.
Maria Irene

De Theosfera a 10 de Julho de 2011 às 16:17
Ex.ma Senhora Dra., muito obrigado por tudo. Abraço amigo no Senhor Jesus.

De
  (moderado)
Nome

Url

Email

Guardar Dados?

Este Blog tem comentários moderados

(moderado)
Ainda não tem um Blog no SAPO? Crie já um. É grátis.

Comentário

Máximo de 4300 caracteres



Copiar caracteres

 



O dono deste Blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

mais sobre mim
pesquisar
 
Julho 2011
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2

3
4
5
6
7
8
9






Últ. comentários
Sublimes palavras Dr. João Teixeira. Maravilhosa h...
E como iremos sentir a sua falta... Alguém tão bom...
Profundo e belo!
Simplesmente sublime!
Só o bem faz bem! Concordo.
Sem o que fomos não somos nem seremos.
Nunca nos renovaremos interiormente,sem aperfeiçoa...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
Sem corrigirmos o que esteve menos bem naquilo que...
hora
Relogio com Javascript

blogs SAPO


Universidade de Aveiro