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Sábado, 09 de Julho de 2011

Se quisermos escutar as vozes mais respeitadas da vida pública, facilmente daremos conta de que três delas já ultrapassaram os 80 anos e a quarta dos 80 se aproxima.

 

Este é um sinal de pujança dos próprios e um sintoma de decadência da sociedade.

 

Mário Soares, Eduardo Lourenço, Adriano Moreira e António Barreto despontam como os últimos abencerragens de um perfil superior de análise, de lucidez e de brilho.

 

É claro que haverá mais, mas não em número muito elevado. A principal razão para esta rarefacção da qualidade está na falta de cultura humanista, que se vai notando.

 

Diz-se (e, factualmente, é verdade) que esta é a geração mais preparada de sempre. No que toca às especialidades, nada a obstar a este dado. Só que a sabedoria é, por natureza, o espaço da complexidade. 

 

Saber é ligar. O pensamento é cada vez mais imediato, repentista.

 

O debate no parlamento e na comunicação é de uma pobreza confrangedora.

 

A reacção à decisão de uma agência de notação financeira foi demasiado pálida.

 

A intervenção de Mário Soares, já retirado da política activa, foi muito mais consistente que a dos políticos em actividade.

 

As humanidades não deviam pertencer a nenhuma especialidade. Deviam ser transversais a todos os cursos e a todos os graus de ensino.

 

Hoje, mal se consegue sair do domínio da formação de cada um.

 

O discurso é imaturo e básico, muito refém de preconceitos e lugares-comuns.

 

Os grandes homens compreendem a realidade. Os homens de excepção são capazes de a transformar.

 

Ver que a sua maioria já ultrapassou os 80 anos não é muito alentador. Que, ao menos, seja o sinal para trabalharmos melhor o futuro.

 

Precisamos de pessoas com alma. Não é só com gestores que a crise será vencida.

publicado por Theosfera às 20:29

De Marta M a 10 de Julho de 2011 às 12:03
Interpelador, no seu sentido mais profundo, este seu texto.
Um dia numa aula e depois numa carta que escrevi à ministra da Educação, a propósito da eliminação gradual do peso das humanidades nos currículos do Secundário escrevi em conclusão esta frase:
"Podem-se multiplicar as horas de trabalho técnico e laboratoriais , encher as salas de computadores e écrans , mas ...um povo sem alma -não se levanta!"
Cada vez esta frase me faz mais sentido.
Bom Domingo
Marta M

De Theosfera a 10 de Julho de 2011 às 12:59
Muito obrigado. Frase belíssima, conclusão perfeita, interpelação pertinente. Assim ela seja acolhida por quem de direito. Muita paz no Senhor. Feliz Domingo!


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