Causa dó acompanhar o caudal informativo que nos é servido, já não dia a dia, mas minuto a minuto.
A quantidade é inversamente proporcional à qualidade.
O paradigma de pertinência já não é a relevância intrínseca ou a interferência na nossa vida.
Para algo ser notícia, basta que seja fútil. Dir-se-ia até que quanto mais fútil, mais relevante.
Ele são os passos dados pelas celebridades. Quantas vezes se casam e divorciam. Os pratos de que gostam mais. Os sítios onde passam férias.
Não estamos apenas perante a liberdade de cada um e o direito de informar. Estamos também perante factores de decadência onde o belo e o bom cedem perante o bizarro e o excêntrico.
A música destaca-se pelo ritmo e pela estridência. Perdeu-se a mensagem e evaporou-se a melodia.
A literatura esqueceu-se das referências e queda-se pelas histórias das celebridades.
A moda é o esplendor do mau gosto.
As televisões parecem competir no vazio exibicionista.
Daí que quase ninguém se espante quando surgem notícias como estas: o concurso para o cão mais feio ou o gato que ladra.
Mas o pior é que o fútil também consegue ser trágico. Um indivíduo matou outro porque este falhou o...bruxedo!