Podemos ver, muitas vezes, a mesma coisa, mas, de cada vez que a vemos, surge-nos com uma configuração diferente.
Assim se passará, creio eu, com os textos.
Ao lermos um livro, retemos determinadas frases. Mas tais frases destacadas em jornais ou blogs parecem assumir uma feição singular e uma pertinência diferente.
Li o livro de Timothy Radcliffe Ser cristão para quê? com grande interesse. Mas esta frase que vi, hoje, destacada no Tribo de Jacob forçou-me a uma prolongada meditação.
Ei-la:
«Se a Igreja quer ser testemunha da alegria da Ressurreição, nós temos de permanecer libertos do medo. Há demasiado medo na Igreja - medo da modernidade, da complexidade da experiência humana, de dizer o que realmente acreditamos, medo uns dos outros, medo de nos enganarmos, de não alcançar aprovação. É este medo que pode, por vezes, apagar aquela alegria que deveria intrigar as pessoas e levá-las a interrogar-se sobre o segredo das nossas vidas».