Numa altura em que as pessoas se sentem deslaçadas, é importante lembrar que o Espírito, como lembrou Hilário de Poitiers, é o laço.
O futuro devia unir-nos, mas parece ser o passado a dividir-nos e o presente a afastar-nos.
Descansamos no estafado cliché de que sempre foi assim. Ainda que tenha sido, não terá chegado o momento de tentar fazer diferente?
Precisamos de restaurar a confiança e de redespertar o fio adormecido da esperança.
Custa ouvir comentários, que povoam a paisagem cinzenta da comunicação social, onde a divergência para ter sido superada pelo ódio.
A decência será sempre o valor supremo.
Porque é que os vencidos são obrigados a retirar-se? Onde está inscrita essa lei não escrita?
Afinal, os outros só valem se nos conduzirem ao poder?
Os vencedores de agora já sabem com o que podem contar na hora do infortúnio.
Os aliados de agora estão à espera do momento seguinte.
Há um trabalho enorme a fazer no país. Há uma tarefa ingente a realizar no coração de cada um.
Amanhã será melhor não por haver mais dinheiro. Amanhã será melhor se o interior de cada um for diferente. Mais fraterno. Mais humano.