Dois foram os temas que dominaram a informação entre nós: o abate e o resgate.
Ambos devem ser devidamente meditados e atentamente digeridos.
Cada um a seu modo, representam aquilo que não deve voltar a acontecer.
O abate de Osama ben Laden é o corolário de uma cultura assente na vingança.
O resgate de Portugal pressupõe uma cultura focada na prioridade do dinheiro sobre as pessoas.
Sucede que a experiência demonstra que a vingança não extingue a violência. Pelo contrário, prolonga-a.
E a mesma experiência documenta que a submissão das pessoas aos desígnios do capital subverte a vida da sociedade.
As pessoas vão viver pior por causa dos compromissos com entidades, nacionais e internacionais, que fazem do lucro um objectivo supremo.
Acresce alguma irresponsabilidade por parte de quem nos foi encobrindo a realidade e adiando a tomada de decisões.
Tudo isto configura uma necessidade imperiosa de mudança.
O mundo novo demorará muito a chegar?
Eu acredito que a utopia não é eternamente irreal.